As transmissões televisivas de touradas vão passar a ter, a partir de agora, um bolinha vermelha no canto superior direito do ecrã. Qual filme pornográfico ou de violência explícita. E só podem ser vistas a partir das 22h30m.
Ao escrever este texto estou sujeito a ver o meu computador invadido por alguns piratas informáticos, como aconteceu há pouco tempo com um grupo de forcados. Mas não é para falar desses "senhores" que perco algum do meu tempo a redigir estas linhas.
Não me considero um aficionado a 100%, mas gosto de ver uma tourada. Faz parte da nossa cultura, enquanto Portugueses e, no meu caso particular, enquanto Ribatejano. Atrevo-me até a chocar algumas consciências: gosto de ver uma corrida com toiros de morte. Acho que o toiro, a morrer na arena, tem uma morte mais digna e com menos sofrimento do que nas corridas onde a sua morte não é autorizada.
Noto que existem nesta decisão judicial alguns resquícios de "fundamentalismo" relativamente às touradas. A Inspecção-Geral das Actividades Culturais autoriza a realização de touradas em Portugal e diz que o espectáculo é para "maiores de 6 anos"; a colocação da bolinha do canto superior direito significa que é para "maiores de 18 anos"! Admito, no limite, que esta decisão se justificasse há uma dezena e meia de anos. Na altura, não havia a liberdade de escolher que canal televisivo se queria ver. Ou era a RTP1 ou era a RTP2. Agora isso não acontece. Só vê quem quer ver; quem não quer, muda de canal. Da mesma forma que, quem não quer ver uma tourada não compra bilhete.
Após esta decisão judicial, proponho que os intervenientes neste acto de censura promovam também providências cautelares para os filmes que passam nas televisões em horários menos próprios ou, até mesmo, algumas peças jornalísticas que televisionamos em prime-time.
Como este blogue ainda não alvo de uma providência cautelar, posso chocar algumas mentalidades... E amanhã vou estar em Santarém a aplaudir a grande família Teles na Praça de Toiros Celestino Graça em Santarém e, no domingo, irei ver a transmissão televisiva... com ou sem bolinha.
Ao escrever este texto estou sujeito a ver o meu computador invadido por alguns piratas informáticos, como aconteceu há pouco tempo com um grupo de forcados. Mas não é para falar desses "senhores" que perco algum do meu tempo a redigir estas linhas.
Não me considero um aficionado a 100%, mas gosto de ver uma tourada. Faz parte da nossa cultura, enquanto Portugueses e, no meu caso particular, enquanto Ribatejano. Atrevo-me até a chocar algumas consciências: gosto de ver uma corrida com toiros de morte. Acho que o toiro, a morrer na arena, tem uma morte mais digna e com menos sofrimento do que nas corridas onde a sua morte não é autorizada.
Noto que existem nesta decisão judicial alguns resquícios de "fundamentalismo" relativamente às touradas. A Inspecção-Geral das Actividades Culturais autoriza a realização de touradas em Portugal e diz que o espectáculo é para "maiores de 6 anos"; a colocação da bolinha do canto superior direito significa que é para "maiores de 18 anos"! Admito, no limite, que esta decisão se justificasse há uma dezena e meia de anos. Na altura, não havia a liberdade de escolher que canal televisivo se queria ver. Ou era a RTP1 ou era a RTP2. Agora isso não acontece. Só vê quem quer ver; quem não quer, muda de canal. Da mesma forma que, quem não quer ver uma tourada não compra bilhete.
Após esta decisão judicial, proponho que os intervenientes neste acto de censura promovam também providências cautelares para os filmes que passam nas televisões em horários menos próprios ou, até mesmo, algumas peças jornalísticas que televisionamos em prime-time.
Como este blogue ainda não alvo de uma providência cautelar, posso chocar algumas mentalidades... E amanhã vou estar em Santarém a aplaudir a grande família Teles na Praça de Toiros Celestino Graça em Santarém e, no domingo, irei ver a transmissão televisiva... com ou sem bolinha.
Enrique Ponce em Madrid, 1996