quinta-feira, 15 de maio de 2008

[69] Moral, desculpas e promessas

Parece que o nosso Primeiro-Ministro, apesar de mostrar aquele ar jovial e de atleta (fez jogging na Venezuela??), é também um fumador inveterado. E vai daí que, em pleno vôo, acendeu uns cigarritos para aliviar o stress criado por 8 horas de viagem.

Em primeiro, é proibido fumar em aviões. Sejam ou não fretados (número 2 do artigo 4.º da Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto). Mas é claro, que há sempre a excepção que faz a regra. O Eng.º Sócrates não é um português qualquer... é o Primeiro-Ministro. E ao Primeiro-Ministro e aos governantes de Portugal é-lhes permitido violar as leis. Se um português qualquer pretendesse aliviar o seu stress, fumando um cigarrito, por estar 8 horas fechado num avião, de certeza absoluta que não teria permissão para o fazer.

Este episódio reveste-se de maior gravidade, porque foi no governo deste Primeiro-Ministro que a lei do tabaco foi publicada, restringindo a liberdade aos fumadores. A partir deste episódio, o Primeiro-Ministro deixou de ter moral para exigir ou proibir o quer que seja aos portugueses. Mas é claro que ele sabe que o povo português, lá no fundo, até gostou da sua atitude de "chico-espertismo", pelo que a maioria até o vai elogiar.

Veio depois fazer o seu acto de contricção, pedindo desculpas por ter cometido o ilícito. Sempre ouvi dizer que "as desculpas não se pedem; evitam-se". Se tivesse moral e integridade, teria pago a multa por violação da lei, dando o exemplo aos seus concidadãos. Mas como a maior parte dos políticos não tem, nem uma coisa nem outra...

Para finalizar, prometeu deixar de fumar. Eu também prometi, e resultou... por 6 meses. Promessas leva-as o vento, e no que toca a promessas o nosso Primeiro-Ministro tem criado autênticas tempestades para as levar para bem longe.

Sem comentários: