segunda-feira, 24 de março de 2008

[54] É esta a educação que queremos?

(foto retirada daqui)

Portugal inteiro visualizou, nos últimos dias, o drama de uma professora que, ao tentar impor a sua legítima autoridade numa sala de aulas, foi desautorizada e agredida, não só pela aluna como pela turma, que ululava de contentamento pela atitude da colega. Mas graças a um desses alunos, Portugal conheceu aquilo que, provavelmente, ocorre em muitas outras escolas deste país mas que os professores, por vergonha e pudor, não denunciam.

Longe vão os tempos em que os professores usavam métodos autoritários dignos do regime político de então. No entanto, e quando se fala com aqueles que foram alunos nessa época, eles são unânimes em afirmar que, então, havia respeito. Mesmo eu e outros da mesma geração, que ingressámos no ensino no pós-revolução, mostrávamos e tínhamos respeito pelos professores.

Nos dias de hoje é o que se vê. Aos poucos e poucos, os professores foram perdendo a (pouca) autoridade que tinham. Mas não é só na educação que este mal se reflecte. Este mal existe em todas as áreas da nossa sociedade, como afirmou ontem (domingo) Moita Flores na sua crónica semanal no "Correio da Manhã".

Em jeito de conclusão retenho, da leitura que fiz na blogosfera, dois excertos de textos. O primeiro, de Dulce Alves no blogue Ainda Há Lodo no Cais: "Eis a prova de que neste triste país, para lá da novela das avaliações, há muito que repensar em matéria de Educação." O outro, no 4R - Quarta República, da autoria de Margarida Corrêa de Aguiar: "Este episódio é mais um alerta para o caminho perigoso que estamos a seguir. Deveria obrigar-nos a pensar sobre que sociedade é esta que estamos a construir. Deveríamos reflectir sobre o brutal abismo entre o que julgamos ter e o que na realidade andamos a fazer!"

Realmente, temos que reflectir, muito e bem, sobre a sociedade que estamos a criar e sobre a educação que damos aos nossos filhos. Sob pena de, quanto mais tarde pior!

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