É agora público que serei o primeiro candidato do PSD na lista a apresentar para a Assembleia de Freguesia de Almeirim. Como tal, entendi tornar também público por que razões aceitei recandidatar-me a este órgão.
Desde 1993 que o Partido Socialista gere a Junta de Freguesia de Almeirim, sempre com maiorias absolutas. Ora, a estabilidade que advém destas maiorias permite, a quem governa, realizar obra sem que haja grande contestação.
Só que a maioria socialista da Junta de Freguesia de Almeirim, em vez de fazer obra, optou pela inércia. Em dezasseis anos, não se vislumbra uma única realização a que possam chamar sua. Talvez os sacos “p’ró cão” tenham sido, mas foi algo de muito insipiente, sem continuidade, como tudo o que o Partido Socialista tem feito em Almeirim. Pensa-se no imediato, nunca a longo prazo.
Esta situação torna-se tanto mais grave a partir do momento em que essa mesma maioria socialista, agora na Assembleia de Freguesia de Almeirim, autoriza o Presidente da Junta de Freguesia a exercer o seu mandato em regime de permanência e a tempo inteiro.
Justificava-se a permanência de um presidente a tempo inteiro se a freguesia detivesse competências que, pela sua complexidade, o exigissem. Só que, por incrível que pareça, a freguesia onde se situa a sede do concelho de Almeirim e que é a mais populosa, não tem qualquer competência delegada por parte da Câmara Municipal. Mas tem um presidente em permanência a tempo inteiro.
Daqui pode-se concluir que, tanto dum lado (Câmara Municipal), como do outro (Junta de Freguesia), não existe vontade política em que se transfiram competências para esta [freguesia]. O Presidente da Câmara Municipal quer ser “dono e senhor” de tudo e mais alguma coisa; o Presidente da Junta de Freguesia não quer ser “dono” de nada, porque quanto menos trabalho melhor.
No mandato autárquico que está prestes a terminar, e em todos os anos, a Junta de Freguesia de Almeirim apresentou orçamentos idênticos que resultaram em contas de gerências similares, onde as despesas correntes atingem os números entre os 93% e os 96% do valor total da despesa. Isto significa que as verbas recebidas pela Junta de Freguesia de Almeirim servem, quase exclusivamente, para os gastos fixos, pouco restando para criar investimento público na freguesia. O pouco que é feito tem-no sido, apenas e só, nos cemitérios da cidade, património transferido pela Câmara Municipal para a Junta de Freguesia em 1999. Desde então, e já se passaram praticamente dez anos, nada mais foi transferido ou delegado para a freguesia.
Como atrás referi, porque não existe vontade política. Nem de um, nem de outro. É como se tivessem feito um “pacto de não-reclamação”… Só que os interesses das populações não podem estar dependentes dos pactos ou das vontades de dois ou três indivíduos que se julgam “donos e senhores” de tudo.
Durante estes últimos quatro anos, houve momentos em que estive tentado a desistir. Ao contrário da Assembleia Municipal, onde existe discussão (porque há assuntos para discutir), as sessões da Assembleia de Freguesia de Almeirim primam pela ausência de discussão. Só que, nessas alturas de maior frustração, lembrava-me duma frase da obra-prima da literatura mundial, “Por Quem Os Sinos Dobram” de Ernest Hemingway: «Um homem deve lutar por aquilo em que acredita.». E eu acredito que Almeirim cidade e Almeirim freguesia merecem muito mais e melhor!
Foi por isto que resolvi aceitar o desafio que o PSD de Almeirim me colocou em voltar a ser o primeiro candidato à Assembleia de Freguesia de Almeirim.

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